A esperança portuguesa na presidência alemã da União Europeia

Angela Merkel

Há uma esperança em Angela Merkel. E um desafio para Portugal liderar na boa direção o semestre seguinte. Source: Getty

Angela Merkel tem a noção de como o populismo de soberanismos locais e extremismos identitários e xenófobo tem minado os ideais da União Europeia


Este 1º de julho foi muito esperado em Portugal por ser o dia em que arranca a presidência alemã da União europeia, carregada de promessas de solidariedade e relançamento da União Europeia – aspiração forte em Portugal, país com grande adesão aos ideais europeus.

É facto que a mudança do turno semestral de presidência europeia é uma rotação que, parece evidente, pouco ou nada interessa à maioria das pessoas. Desta vez, porém, é diferente. Não apenas porque hoje começa a presidência alemã, mas porque começa a última presidencia de Angela Merkel, a chanceler que, sem sombra de dúvida, quer passar à história, como a líder que num tempo histórico e político crucial, quer contrariar o declínio continental e recolocar a União Europeia como potência que conta.
Merkel tem a noção de como o populismo de soberanismos locais e extremismos identitários e xenófobo tem minado os ideais da União Europeia. Ela está a juntar forças para que a Europa ressurja aberta, solidária, cosmopolita.

Vale dar atenção ao que Merkel, como oradora convidada, quis dizer na graduação dos estudantes da Universidade de Harvard, fornada de 2019. Foi um apelo vibrante à resistência ao obscurantismo que ameaça a nossa época.

Ela alertou para os muros que se levantam outra vez, agora dentro das cabeças. Muros levantados pela ignorância que alguns fomentam e pela estreiteza de espírito.

Merkel lembrou que viveu, cresceu e estudou na ditadura, no tempo da Alemanha dividida, mas o que muita gente julgava fora do horizonte, o derrube do muro, é uma magia que foi conseguida.

Agora, com o ar livre que temos, cabe-nos (desafiou Merkel no discurso aos estudantes de Harvard) conseguir a excitação das novas magias necessárias.

Temos de parar – e podemos fazê-lo - o aquecimento do planeta. Também temos de lutar para eliminar a fome para combater a pobreza e a causa de tantas migrações.

Tudo isso, enfatizou Merkel, é possível, assim queiramos mesmo. Acrescentou que também é preciso sabermos olhar para o mundo com o olhar do outro, a compreendê-lo.

Este discurso de Angela Merkel, mais do que um testamento político, é uma cartilha para a ação. E a partir de julho, é ela quem está ao comando da Europa, como a mais politicamente forte de um trio de mulheres na liderança. Ursula von der Leyen, a amiga dela na Comissão europeia, e Christine Lagarde, no Banco Central Europeu. todos constatamos a realidade que é a hegemonia alemã na Europa.

Merkel já mostrou que é estadista e quer lugar na história. Foi corajosa quando há 5 anos recebeu na Alemanha um milhão de refugiados sírios e tem pago preço alto por essa solidariedade.

Foi valente, esteve à melhor altura das circunstâncias. Agora, ao quebrar o tabu da mutualizção da dívida, na mobilização de 750 mil milhões de euros para resposta à pandemia e relançamento da União Europeia.

É a proposta que Merkel vai certamente impor aos renitentes, ditos frugais, na cimeira europeia já daqui a 2 semanas. O momento marcante para o arranque de um semestre que, é uma esperança forte, é capaz de fazer ressurgir a união europeia, solidária e, conforme o programa Next Generation, fiável, voltada para o futuro .

É uma esperança forte, ainda que não possa ser excluido risco de deceção. E há um desafio imediatamente após para Portugal liderar na boa direção o semestre que começa logo a seguir.

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