Novo governo de Portugal, pela primeira vez paritário: 9 homens e 9 mulheres

Governo Antonio Costa

A composição do governo escolhido por António Costa aponta para 'sinais de mudança' Source: EPA/Lusa

É o terceiro governo do socialista António Costa. Ao fim de 6 anos o primeiro com maioria absoluta – 120 dos 230 deputados. E o primeiro com total paridade de género, 9 ministros 9 ministras.


Outra constatação: livre do apoio dos partidos na esquerda da esquerda, absolutamente apenas PS, este é o mais político dos Governos de António Costa. Parte com a missão de continuar a recuperar a economia – depois da crise da pandemia, a da guerra – e a promessa de introduzir grandes reformas

Nota-se neste governo: poder reforçado para a geração mais nova, com destaque para Mariana Vieira da Silva, Duarte Cordeiro e Pedro Nuno Santos que têm pastas ‘gigantes’.

Mariana Vieira da Silva, é destacadamente a número dois e tem sob sua responsabilidade a gestão de duas importantes pastas: a Administração Pública e a coordenação dos Fundos do Plano de Recuperação e Resiliência.

Mariana Vieira da Silva sobe na hierarquia interna do Governo e é, entre os potenciais candidatos à sucessão de Costa (todos na categoria de ministro) a mais bem posicionada.

Outra figura principal: o experimentado diplomata João Gomes Cravinho passa da Defesa para os Negócios Estrangeiros, onde substitui Augusto Santos Silva, que após 20 anos como ministro, vai ser nº2 do Estado como presidente do parlamento.

Nas Finanças, Fernando Medina terá a tarefa de tentar fazer esquecer a sua imprevista derrota na câmara de Lisboa e mostrar que um político naquela pasta pode ser um melhor distribuidor de verbas que um técnico. Não sendo um macroeconomista nem um académico de renome, tem formação em Economia (licenciou-se na Faculdade de Economia do Porto), e durante duas décadas de carreira política acumulou uma vasta experiência de gestão em áreas transversais das políticas públicas.

Também figura principal, o gestor António Costa e Silva, ministro da economia e do Mar.  O perfil conciliador de Costa Silva pode ser importante. Reconhecido no mundo empresarial — fez carreira na Partex, empresa de petróleos onde entrou em 2003 e que até 2019 esteve nas mãos da Fundação Gulbenkian —, Costa Silva ganhou visibilidade quando estudou a economia do país para produzir o documento “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030”.

Na Educação, João Costa.  Escolha genericamente elogiada, é um especialista em assuntos do ensino e um homem de diálogo. Vai dirigir um megaministério, que gere 150 mil professores, mais de 5500 agrupamentos escolares e o quarto maior orçamento proveniente do Estado

Muito política a escolha de Duarte Cordeiro para ministro do Ambiente e da Ação Climática

Uma das mais premiadas cientistas portuguesas, Elvira Fortunato, é agora titular de um cargo político: ministra da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior. É uma escolha que vem demonstrar que, embora raro, ainda é possível recrutar personalidades sem carreira partidária entre a sociedade civil. A professora catedrática e investigadora é pioneira na investigação europeia sobre eletrónica transparente. Tem agora o desafio de passar para o lado dos decisores.

Marta Temido continua na Saúde, Pedro adão e silva entra para a Cultura.

Em 18 ministros há sete que não são militantes do PS, o que significa que o peso dos chamados independentes é de perto de 40%. 


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