Turismo português oferece alojamento gratuito a pessoal de saúde para férias

As enfermeiras internacionais trazem um novo nível de experiências para dentro do hospital: cultura, língua, outros métodos e estratégias

As enfermeiras internacionais trazem um novo nível de experiências para dentro do hospital: cultura, língua e outros métodos e estratégias Source: GettyImages/Jetta Productions Inc.

Confira a crônica desta semana do correspondente da SBS, em Lisboa, Francisco Sena Santos.


Há pessoal médico e de enfermagem que, por noção de dever de serviço não tem um dia de folga desde o disparar, no começo de janeiro, da crise COVID-19.

É sobretudo o caso dos intensivistas, especialidade que apenas tem algumas centenas de especialistas em Portugal.

Há atualmente em Portugal 900 doentes declarados em estado crítico em unidades de cuidados intensivos.

Ora, com o protocolo a recomendar que haja, ao longo das 24 horas de cada dia, pelo menos um intensivista para cada dois doentes, o recurso é mesmo não haver folgas.

Aliás, médicos e pessoal de enfermagem de diferentes especialidades, sobretudo cirurgia, anestesia, pneumologia, clínica geral, também de outras áreas, tem estado em cada hospital a desenvolver ações rápidas de formação em cuidados intensivos, de modo a poderem juntar-se ao grande esforço de socorro.

O reconhecimento da dedicação do pessoal de saúde surge em todos os discursos e conversas, mas começam a aparecer gestos práticos que testemunham essa gratidão.

É facto que o Estado já decidiu um suplemento remuneratório com bónus de 50% por cada hora extra, agora, um movimento que cresce no setor turístico, designadamente no turismo rural: assim que possam, os profissionais de saúde, ainda este ano, terão direito a algum descanso em casas de turismo rural tanto pelo interior como pela costa atlântica, em especial a do Alentejo.

As propostas de alojamento gratuito para profissionais de saúde variam, podem ser duas a cinco noites, só para dois, para toda a família, com ou sem pequeno-almoço, depende de cada unidade.

A oferta é válida para este ano e surge quando o turismo está a zero: ninguém está a usar os equipamentos que, antes da pandemia, estavam quase permanentemente cheios. 

No ano passado houve uma queda superior a 60% em hóspedes e dormidas no conjunto do alojamento turístico em Portugal, tendo este último indicador regressado a valores que não eram vistos desde 1993.

Portugueses foram origem da maioria das dormidas, algo que não se verificava desde o final dos anos 70.

Há expectativa de que dentro de 2 ou 3 meses, com o acentuar da baixa já sensível dos efeitos da pandemia e com o aumento de vacinados, o turismo possa recomeçar.

Mas a oferta ao pessoal de saúde é para durar todo o ano.

Os indicadores deste fim de semana confirmam algum alívio:

Portugal registou na sexta-feira mais 214 mortes por COVID-19 e 6132 novos casos de infeção na sexta-feira.

O número total de vítimas mortais de COVID-19 em Portugal sobe assim para 13.954 e o total de infetados ascende a 761.906 desde o início da pandemia.

Mas este boletim oficial deste sábado é o que anuncia valor mais baixo de novas infeções em mais de um mês.

Desde 2 de janeiro que o número não era tão baixo.

O confinamento, com fecho total de restaurantes e teletrabalho obrigatório está a resultar.

Nas últimas 2 semanas houve mesmo suspensão total de atividades escolares.

Recomeçam nesta segunda-feira, com, em todo o país, aulas por via digital.

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