A apresentação única do grande virtuoso do violão de sete cordas acontece neste sábado dia 17 de agosto no Concert Hall de Brisbane.
“Vamos tocar o Concerto Fronteira que trata de representar as fronteiras do Brasil com a Argentina, o Paraguai e Uruguai e que mostra um Brasil um pouco fora do estereótipo. O Brasil é conhecido internacionalmente como o país do samba, do futebol, da bossa nova, mas nosso país é extrememanete grande e faz fronteiras com muitos países da América Latina e existe sim essa cultura de dentro do país que é muito pouco conhecida.
“O Concerto Fronteira tenta elucidar um pouco essa nossa cultura e o que acontece dentro do Brasil, dentro da fronteira do Brasil com outros países.”
A composição, que dura 25 minutos, é composta por três movimentos, o primeiro é um ‘chamamé,’ dança do nordeste argentino, que chegou nas regiões fronteiriças do Brasil e influenciou o sertanejo e outros ritmos, o segundo movimento é uma guarania paraguaia e o terceiro ‘contrabando’. “O último movimento é uma composição mais tensa, mais rigorosa, mostra esse outro lado da fronteira, essa tensão que existe entre os paises na fronteira, conta.
Yamandu, acompanhado pela família, se apresentou também em Melbourne onde combinou trabalho e férias. “Um privilégio viajar com a família, as crianças estão adorando,” disse.
A convite da Universidade de Melbourne, Yamandu foi um dos convidados de honra do evento de estreia do Festival de Violão da Universidade. “Foi muito especial participar do Festival inaugural,” conta Yamandu, que encerrou o evento com a casa lotada.
É a primeira vez que Yamandu retorna a Austrália após uma pausa de cinco anos.
Apesar de não vir com frequência, ele diz que adora o país e se ‘sente em casa’.
“Existe uma conexão musical entre Austrália e Brasil, feita por músicos locais, como Doug de Vries, que é encantadora, e precisamos ficar atentos a essa integração que existe. Tenho muitos amigos aqui,” disse.
Yamandu toca de choro a música clássica brasileira, mas também é um gaúcho cheio de milongas, tangos, zambas e chamamés. Um violonista e compositor que não se enquadra em nenhuma corrente musical ele é uma mistura de todos os estilos e cria interpretações de rara personalidade no seu violão de 7 cordas.
