Patrícia Mamona voou para a prata olímpica no triplo salto

Patrícia Mamona

Patricia Mamona comemora ao ganhar a medalha de prata pelo triplo salto nas Olimpíadas de Tóquio 2020. Source: Christian Petersen/Getty Images

Estes são os terceiros Jogos Olímpicos de Patrícia. Sempre no triplo salto, foi 12ª em Londres 2012, foi 6ª no Rio 2016, agora 2ª em Tóquio. Quer voltar a estar em Paris 2024.


Ao 12º dia dos Jogos em Tóquio, Portugal com 3 medalhas, duas de bronze, as de Jorge Fonseca no Judo e a de Fernando Pimenta na canoagem, a de prata de Patricia Mamona no triplo salto.


O triplo-salto tornou-se prova de eleição para os atletas com as cores de Portugal: valeu o ouro a Nelson Évora em Pequim 2008 (Nelson agora afastado da final, por lesão) e valeu a prata, agora em Tóquio, a Patrícia Mamona. Ela é a estrela dos portugueses nestes Jogos.


Logo a partir da primeira série de seis saltos na final olímpica de triplo salto feminino, percebeu-se que a classificação estava perfeitamente ordenada: primeiro, uma extraordinária longilínea venezuelana, Yulimar Rojas, 26 anos, 1, 92 de altura, mulher com capacidade estratosférica, salto não apenas para o ouro mas também para pulverizar o recorde do triplo salto feminino, fixado há 26 anos; Yulimar, ao saltar 15 metros e 67 acrescentou-lhe 17 centímetros. Yulimar, treinada pelo cubano ex-campeão do mundo Ivan Pedroso, está destinada a ser campeã por vários anos.


Logo a seguir a Yulimar, muito à frente de todas as outras 10 finalistas, a portuguesa Patrícia Mamona, de família angolana, estudante de Medicina que agora frequenta o 3º ano do curso de Engenharia Biomédica.


Patrícia, 32 anos e bicampeã europeia de triplo salto chegou a Tóquio com o recorde de Portugal em 14 metros e 66. Logo no primeiro dos seis ensaios em Tóquio, Patrícia arrasou esse recorde, fez 14m91cm. Ao terceiro ensaio, Patrícia voltou a bater o recorde, com 14m97. Ao quinto, outra vez recorde: 15 metros e um centímetro.


Depois do ouro de Yulimar, Patrícia tinha garantidíssima a prata olímpica e, logo a seguir, ela que é habitualmente muito cerebral, muito contida, contava em conferência de imprensa para Portugal, que tinha a cabeça ainda a esvoaçar.


Estes são os terceiros Jogos Olímpicos de Patrícia. Sempre no triplo salto, foi 12ª em Londres 2012, foi 6ª no Rio 2016, agora 2ª em Tóquio. Quer voltar a estar em Paris 2024, mas admite que vai ser missão impossível tirar o ouro à campeoníssima Yulimar.


Patrícia é o nome, Mamona o apelido. Mamona é nome de fruto da família do mamão. Mamona é o apelido da família paterna, de Angola. O avô era mesmo conhecido por o Mamona. A família mudou-se de Angola para Portugal nos anos 80, com angola em guerra civil. Fixaram-se em Queluz, bairro na periferia de Lisboa.


Agora, na hora da glória em Tóquio ela lembra esse tempo em que ela tinha 10/11 anos, era estudante aplicada mas todo o tempo livre era dedicado ao desporto. Já então ela gostava de saltar. Mas, lembra agora, diziam-lhe que era baixota para saltar.


Um professor de educação física reparou que ela tinha estofo de campeã e apostou nela. Continua hoje a ser o treinador de Patrícia Mamona bicampeã europeia e vice-campeã olímpica de triplo salto. Patrícia sai de Tóquio já apontada a Paris 2024. Patrícia, portuguesa de prata em Tóquio.






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