Portugal, como toda a europa, blinda-se frente à COVID-19, perante nova vaga e a ameaça de nova variante

Words that say Omicron COVID-19 variant is seen on a mobile phone

WHO says governments need to reassess their responses to COVID-19 & speed up vaccination programs to tackle new Omicron variant. Source: AAP

Confira na crônica desta semana do correspondente do Programa Português da Rádio SBS em Lisboa, Francisco Sena Santos.


Em Portugal volta a estar decretado o estado de calamidade, a máscara volta a ser obrigatória em todos os espaços fechados onde também só se pode entrar com certificado de vacinação.


As incertezas sobre a variante B.1.1.529 do coronavírus, batizada Omicron pela Organização Mundial da Saúde (OMS) faz disparar alertas que já estavam a ser ativados, mas que agora precipitam cautelas.


Os cientistas apontam que esta variante Omicron é diferente de todas as outras, pois tem 50 mutações em relação ao vírus original. Destas, 32 estão presentes na proteína Spike do vírus, que é a porta de entrada do vírus nas células do corpo humano: são mais do dobro das mutações presentes na variante Delta, por exemplo. Por isso, todas as cautelas.

Há casos desta Omicron na Europa, mas até agora não há noticia qualquer caso em Portugal. Mas, preventivamente, estão suspensas todas as ligações aéreas com, a África Austral, considerada origem desta mutação.


Mas, antes ainda da Omicron, a Covid já estava em, nova vaga em Portugal. O país registou, nas 24 horas desta última sexta-feira, mais 3364 casos de infecção e 12 mortes por COVID-19.


Há agora 708 doentes com COVID-19 nos hospitais, dessas, há 104 pessoas a precisar de tratamento nos cuidados intensivos.


Mesmo assim, números baixos. Seguramente, graças à vacina. Não sendo a vacina o milagre que desejávamos, continua a ser a nossa melhor arma.


Neste momento, de acordo com os relatórios de vacinação da Direção Geral de Saúde, estamos em Portugal com 86% da população vacinada e, entre os elegíveis, são 96% os que têm o esquema vacinal completo.

Se olharmos para a população com mais de 25 anos, a percentagem sobe para 97% e, se tivermos em conta apenas a de maior risco (acima dos 50 anos), a completamente vacinada sobe para 99%. Ou seja, para todos os efeitos relevantes, todos os que podiam vacinaram-se. Ainda assim, vemos aquilo a que já assistimos no passado: o número de casos a acelerar assustadoramente.


Em vacinados a infeção debilita, mas é muito reduzido o número de casos graves.


A vacinação, como se comprova, valeu e vale a pena. Mas agora ficamos também a saber que afinal a vacinação por si só já não chega.


Outra das lições que foi quase esquecida nesta pandemia é a de que é muito ambicioso eliminar um vírus, sobretudo com capacidade pandémica.


Até hoje, o Homem só foi capaz de erradicar um agente infeccioso: a varíola.


A COVID continua a assustar.



Share